quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O bilhetinho

Já de mochila às costas, com um pé quase na rua, o João :
- Oh mãe mas já puseste o bilhetinho?
- João a mãe hoje não teve tempo...  mas no papel da barrinha também vai um miminho.
Já estávamos atrasados mas o ar de desilusão dele fez-me voltar atrás.
Agarrei no papelinho e escrevi o bilhetinho. Pedi-lhe a lancheira dobrei e pus lá dentro.
- Olha João mas hoje teve que ser escrito,  pedes à Teresa para to ler. (o do João normalmente vai desenhado porque ele ainda não sabe ler)
E o sorriso que ele deu ao ver o papelinho dentro da lancheira.
É só um papelinho, um bilhetinho, mas acho que já passou a mensagem,  a mãe escreveu para mim. E era só isto que eu queria que eles percebessem.
Acabei agora de fazer as lancheiras, panquecas de pêra com mel, marmelada ou queijo conforme o gosto de cada um iogurte líquido e um punhado de frutos secos. Em cada uma o bilhetinho, desenhado ou escrito, colorido e simples.
RECEITA
"Banquecas" de pêra
5 pêras pequenas, super maduras, inteiras (casca e caroço tudo incluído)
Aveia, farinha de milho e farinha de trigo mais ou menos a olho
2 ovos
Água
Leite
Uma pitada de sal
Deitar tudo para dentro do liquidificador, mexer bem e ver a consistência, acrescentar farinhas ou água / leite se necessário.
A massa tem de ficar espessa mas liquida.
Deitar às colheradas numa frigideira anti aderente (só passada com uma pinga de azeite). Deixar assar de um lado e depois virar.
Provar as primeiras a fim de rectificar a massa se for preciso.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Barrinhas de cereais

Há muito tempo que queria experimentar fazer umas barrinhas de cereais saborosas, apetitosas, não muito doces mas gulosas e que se parecessem com as de compra no aspecto, e logo à primeira consegui! 

E como o que é bom deve-se partilhar aqui fica a receita que adaptei das que vi na Internet. 

Para 12 barrinhas

1 1/2 chávena de millet puff
1 1/2 chávena de flocos de aveia
1/2 chávena de sementes de girassol
1/2 chávena de frutos secos (avelãs, nozes, amêndoas) ligeiramente picados
2 colheres sopa de azeite
2 colheres sopa de mel

Misturar tudo numa taça até ficar uma mistura húmida e pegajosa (adicionar mais aveia ou mel se for necessário). 
Forrar um tabuleiro com papel vegetal. 
Estender a mistura no tabuleiro e calcar e alisar até ficar da altura pretendida. 
Levar ao forno até estar louro mas ainda ligeiramente mole. 
Deixar arrefecer e cortar depois em forma de barrinhas. 

Fizeram as delícias dos miúdos e dos graúdos também. 




segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A grande lua

Ontem em dia de super lua não quisemos deixar de sair, fazer , respirar, viver.
Perto das 19.10 vimos nascer a lua enquanto no lado oposto, no alinhamento perfeito, se punha o sol. Lindo.
Foi num monte, entre gente, com crianças livres que ora se escondiam na moita ora faziam perguntas sobre o que se estava ali a ver e viver.
Às 21.30 com o Zé no pano, a Julieta a dormir ao colo do pai e os outros 3 com sono mas ávidos de saber iniciamos uma caminhada, à luz da grande lua, que da noite quase fazia dia, e fomos ver, tocar, sentir, aprender coisas.
A nossa zona é rica em menires, há mesmo muitos, numa área não muito vasta há pelo menos 250 destes incríveis monumentos, e apesar de estarem tombados parecendo mortos, à luz da lua e de lanternas ganham vida. 
Há inscrições, desenhos, símbolos, há códigos e sinais de que em algum tempo, alguém achou importante deixar presença, deixar marca, deixar rasto e que por isso aqui foram erguidos, onde quase acaba a terra e o mar começa.
Depois espreitamos a lua, em grandes telescópios pudemos vê - la de perto, quase toca-la.
Já era meia noite quando voltamos a casa, com pena de não ficar para ver o eclipse, mas terá que ficar para 2033.
Entretanto pus o despertador para as 3 da manhã, acordei o Tiago, espreitamos da janela e vimos a grande lua quase totalmente tapada, lindo, enigmático, mas às 3 da manhã só deu mesmo para olhar, acenar e voltar para a cama.
Ufa, que grande lua, que grande noite.

sábado, 26 de setembro de 2015

Já lá vai uma semana

Foi uma semana de regresso às aulas.
Uma semana de lanches divertidos.
Reuniões, listas de material, acertos de horarios.
A semana que marca o regresso às rotinas.
Isto tudo, mas principalmente a semana onde se deu a viragem!

Literalmente, porque faz hoje uma semana que virei a TV para a parede, e assim ficou e vai ficar.
Estava cansada das guerras pelo comando, as discussões por causa da escolha do canal, os programas que às vezes viam, mas que eu não gostava que vissem, mas por ser mais fácil deixava ver!
Fartei-me e foi de tal maneira que no calor do momento desliguei tudo, cabos, fios, box, tudo.

Eles não viam muita TV mas o tempo que viam era sempre pautado por discussões e guerras e isso já há muito que me estava a fazer muita comichão cá na minha caixinha dos pirolitos.

E nunca pensei, que de um dia para o outro fosse possível uma família inteira, de 7 alminhas, deixarem de ver TV, mas foi mesmo.

Eu própria pensei que iria acender a dita às escondidas, que depois deles estarem a dormir eu iria ceder à tentação, mas não aconteceu e agora passados 7 dias já nem é questão.

Hoje, pela primeira vez desde a viragem, puderam ver 1 hora de desenhos animados no meu computador, escolhemos juntos e juntos vimos sem discussões, sem guerras, ufa.

Se passar mais uma semana, acredito que vamos ficar com mais espaço livre na sala, porque o mono (sim ainda é das antigas) vai à vida dele , mas fora daqui.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Bolinhas de energia

Como se eles precisassem de mais energia, mas sim, precisam de muita e boa energia para aprenderem, estarem atentos, brincar, serem felizes.

Estas bolinhas de energia foram uma sugestão da nossa amiga e autora do livro "Guia de remédios naturais para crianças", Sofia Loureiro, há uns anos,  para ter sempre à mão e evitar as birras de cansaço e fome.

Todos nós ficamos mais irritados quando estamos com fome e nas crianças isso passa por fazer birras gigantescas, por isso o melhor é evitar chegar a esse ponto. Para não deixar os níveis de açúcar caírem ao chão e evitar picos altos com açúcares rapidos uma ou duas bolinhas destas são o ideal, são doces, tentadoras e cruas, cheias de açúcares naturais e lentos.

Ah, sim prometi uma receita não foi?
Pois a receita cá de casa é basicamente inventar a gosto de cada vez que se faz! Mas cá vai o que estas levaram:

Flocos de aveia
Tâmaras
Sementes de girassol
Farinha de alfarroba
Cacau magro em pó
Mel
Um fio de azeite
Mistura de frutos secos (cajus, amendoas, nozes, avelãs)

O que faço é colocar na picadora os ingredientes, a minha é fraquinha por isso pico aos poucos, e ir misturando um pouco mais de aveia ou mel dependendo da consistência que vou obtendo.
Depois de tudo bem misturando é fazer bolinhas, pequenas porque senão ficam enjoativas, e rolar cada bolinha num prato com sementes, alfarroba, cacau, ou como neste caso em frutos secos picados.
Se não comerem logo todas (impossível cá em casa), podem guardar no frigorífico por 2 ou 3 dias para terem um snack saudável sempre à mão.

Estas ficaram tão boas que já acabaram.

Ups, a receita é fraquita não é?  Mas façam como eu, usem a imaginação e o que tiverem na despensa,  vão ver que resulta!)

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

No geral correu bem

O Tiago teve um bom dia. E teve uma sorte do caraças, porque apesar de ter perdido o autocarro de volta para casa (sim, começa bem), viu o meu carro parado junto à biblioteca municipal e percebeu que estava safo, tinha boleia!
-Então Tiago e lembrás-te-te que tinhas que marcar o almoço de hoje?
- Claro, pensas o quê, isto é como andar de bicicleta, não se esquece (a referir-se às rotinas escolares)

A Teresa achou o recreio da escola nova muito barulhento, diz que agora são muitos meninos, e aproveitou para brincar com a mana Julieta, ainda que com um muro a separa-las, sorte deste ano estarem todos "juntos".
- Dá para brincar assim, não dá mãe?
- Claro, até podem brincar às lojas e o muro é o balcão. (o muro é baixo)

O João vinha um pouco iritadiço. Cansado e sem querer falar. De manhã foi preciso abraça-lo bem para ele se aguentar. À volta diz que brincou e que a taça da sopa era verde e maior que a do infantário.
- E gostaste do teu lanche, João?
- Sim, mas o que diz o papelinho? Eu não sei ler. (o de amanhã vai desenhado em vez de escrito, tens toda a razão João)

A Julieta como já tinha ido na 6a feira foi apenas mais um dia de muitas brincadeiras e alegria.

- E o almoço Julieta?
- É "justo" (a querer dizer injusto) os mais quescidos (os da primária) comem sem as pofessoias lá!  (isto dito com ar grave)

O zé nem sei que diga, mas acho que gostou do silêncio para dormir uma boa folga mas depois estranhou a ausência dos irmãos.

Lá foram eles

Primeiro o Tiago, todo cheiroso, com gel e camisa.
Depois os outros 3, prontos, decididos ou ansiosos (no caso do João).

Fiquei com o "caga no ninho", que agora dorme descsnsado.

Tanto silêncio, só não ponho o rádio em altos berros para não acordar o zé, mas confesso, estou a estranhar a falta deles!

Pega na lancheira

Pega na lancheira.
E vai levar o almoço ao pai
Pega na lancheira.
E vai levar o almoço ao pai...

Quem se lembra desta cantiga?

Aqui as lancheiras são para os miúdos, este ano quero que se organizem melhor, que comam o lanche em vez de se esquecerem dele (não queiram saber as coisas que cheguei a encontrar esquecidas nas mochilas), e que ao mesmo tempo sintam nelas mais um gesto de carinho meu ou do pai.

Fica aqui escrito, para que eu me lembre, que é para fazer o ano todo.

Da direita para a esquerda.
Tiago -  pão com queijo e mortadela e uma maçã. Compra algo para beber na escola.
Teresa - pão com marmelada, sumo e maçã.
João -  pão com queijo e mortadela, sumo e maçã.
Julieta - pão em forma de coração com queijo e mortadela, sumo e maçã.
Zé - bolacha de arroz, passas e uma maçã. Não vai à escola mas esta caixinha anda sempre comigo, a bebida essa é facil,  leite materno a qualquer hora, sempre pronto!

Em cada uma coloquei um papelinho com umas palavrinhas ou desenhos, nada como mima-los mesmo fora de casa. Nunca fiz antes, estou curiosa para ver e sentir as reacções.

domingo, 20 de setembro de 2015

Amanhã

Pois , que não será tanto assim porque os meus filhos vão felizes para a escola e eu não consigo saltar tão alto com o Zé ao colo...  Mas estaria a mentir se não admitisse que me sinto esgotada.

Foram 3 meses e meio de férias com os 5 em casa praticamente todos os dias, na altura em que o pai Fura Bolos mais trabalha e por isso também dá menos apoio, ufa! 

Ainda assim fizemos muita praia, muitos piqueniques, muitas leituras, passeios em família, e até viajamos, mais seria difícil.

Estou-me a queixar? NÃO, mas sou mãe, mulher, pessoa e por isso mesmo posso expressar o que me vai na alma.

Amanhã vou ficar apenas com o Zé, e das duas uma, ou dormimos o dia todo, ou ficamos tão tristes por estarmos sozinhos que nem conseguimos aproveitar o silêncio!

Para o ano há mais, e apesar de ser pesado eu acho que eles devem ter muitas férias e tempo para estar fora da escola, o que acho é que está mal dividido, mas isso já dava outro post.

Agora vem um novo ano, novas aventuras, novas descobertas , uma escola zero quilómetros, uma nova etapa para o João, um desafio para a Teresa, a Julieta como finalista do infantário, o Tiago JÁ no 6° ano como que a justificar os meus cabelos brancos e o Zé com tempo para ser bebé.

E agora que já todos dormem, vou ali preparar uns lanches todos catitas para eles levarem amanhã.

Bom início de ano para todos os que amanhã recomeçam ou iniciam a escola. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Zé, o pé descalço

O zé já anda muito bem, já percebeu que para explorar o mundo é bom saber andar, e seja qual for o piso ele vai, a pé descalço.
Muito oiço mamãs perguntarem quais os melhores sapatos para gatinhar, qual o melhor modelo para os primeiros passinhos do bebé, e o que digo sempre é : andar descalço.
Começou por ser intuição de mãe, o deixar os bebés cá de casa andarem descalços até terem a marcha bem aprendida mas cada vez  leio mais estudos e informações que validam essa minha opção.
E não se pica?
Não se corta?
Não chora?
Não lhe faz impressão?
Pois, magoar a sério nunca a aconteceu, também não sou de largar o gaiato descalço num sitio onde vejo perigo, mas sou de o deixar explorar seja lá que piso for. Calçada, alcatrão, areia, relva, terra, rocha, carpete, borracha... 
Ele sente, toca, testa, experimenta e como não é parvo nenhum, se acha que não é bom para andar pára e pede colo, e eu confio nele.
Aceito que haja quem não se sinta à vontade em largar bebés de meses em qualquer chão, mas custa -me a pensar em bebés com pés enfiados num sapato mal começam a gatinhar.
Este verão marcou-me ver um bebé 2 meses mais velho que o Zé sempre de meias na praia, na areia e na água. Terá sido provavelmente a maneira encontrada pelos pais para que o bebe brincasse sem chorar ao sentir a areia nos pés, mas e porque será que ele chorou na primeira vez? Não perguntei, não sei, apenas especulo se não será por não andar descalço habitualmente.
O Zé anda descalço, chega ao fim do dia com os pés pretos, dá para ver nas fotos, mas também com um sorriso.
Ainda no calor calcei-lhe umas sandálias, coitado, ele que já andava tão bem nem passo dava com elas.  Mas aos poucos, um bocadinho de cada vez lá percebeu que aquelas coisas também davam para andar.
Mas para verem ao que chega, fomos a Lisboa, 5 dias de passeios e viagens, levei as ditas sandálias, que foram e vieram sem nunca terem saído do carro! E se ele andou por lá!
Entretanto o tempo está a caminhar para o frio e em casa optamos por meias com anti derrapante e para a rua está agora a testar umas botas que já foram dos manos. Hoje andou com elas cá em casa, e por já saber andar bem (sempre descalço) não se atrapalhou. 
Este texto fala e bem dos benefícios de andar descalço em bebé.

domingo, 13 de setembro de 2015

8 anos da princesa Teresa

Hoje festejamos em família mais um aniversário cá de casa, os 8 anos da nossa menina Teresa.

Está em fase de não querer fotos, está crescida, está teimosa, está rebelde, e é linda, inteligente, divertida, amiga, brincalhona.

Adormeceu há pouco feliz com o dia que teve e por isso eu e o pai Fura Bolos estamos também felizes.

Na mesa tivemos bolo de cenoura com cobertura de chocolate, boleima de maçã, paté de camarão, manteiga de amendoim
, scones de peixe, maionese de alho e bacalhau espiritual tudo caseiro feito por nós e pela comadre Paula.

Depois tínhamos alguns clássicos de compra, gomas, mousse de chocolate e batatas fritas, há coisas que de vez em quando não fazem mal.

Acabámos à luz da vela em conversa e boa companhia.

sábado, 12 de setembro de 2015

Kidzania

Foi o delírio!

Brincaram, brincaram, brincaram e ainda brincaram! Foi um dia em cheio, uma cidade segura, um sítio à sua medida. 

Foi giro ver as várias opções que cada um tomou, sozinho ou acompanhado, por um ou mais irmãos.
As meninas começaram por andar juntas e os meninos também, mas rapidamente se dividiram experimentaram novas coisas e voltaram a juntar-se para fazerem outras tantas em conjunto.

A Julieta foi a que dos quatro mais surpreendeu, ou nem por isso porque já conhecemos o seu espírito independente e forte, olhou para mim a certa altura e disse :
- vou mesmo sizinha, olha que vou mesmo - e com um sorriso -  posso não posso?
E foi tão bom dizer-lhe que sim, e vê-la desaparecer no meio da cidade!
Um dia que isto seja mesmo a sério espero poder dizer-lhe o mesmo e sentir o coração sossegado apesar de apertado .

A Teresa preferia ter-me sempre por perto, e o João apoiava-se no Tiago para fazer cada actividade.

O Zé encontrou na casa do urbano o seu lugar de brincadeira, um espaço para os mais pequeninos, onde a Julieta também aproveitou para brincar às casinhas.

Eu e o pai Fura Bolos observámos, tirámos fotos, rimos, bebemos café e desfrutamos de um dia sem stress, porque ali era mesmo um espaço só para eles.

Obrigada a todos os que votaram na nossa foto há uns meses na página da associação portuguesa de famílias numerosas.