quarta-feira, 16 de maio de 2012

Fim de dia de trabalho


Quando um dia de trabalho acaba assim então posso dizer que consegui alcançar a tão falada qualidade de vida! 

Com 4 filhos sempre disse que trabalhar a partir de casa era a melhor opção para mim, mas a fazer o quê era a questão. As costuras, mesmo sem perceber nada de costura, foram a opção tomada e agora já não há volta a dar.

Tenho horário (com flexibilidade total, mas tento cumprir), tenho tempo para almoçar com a família e os mais pequeninos que ficam umas vezes na avó outras andam a tratar da horta com o pai, sim porque ficarem em casa comigo é sinal de não me deixarem fazer nada, não preciso de farda, o que em dias de calor é um ponto muito positivo para a qualidade das condições de trabalho, posso ir levar e buscar os mais velhos à escola, posso beber um café com os amigos antes de começar a trabalhar, não tenho que correr para apanhar nenhum transporte, nem gasto gasolina, e ainda acabo o dia de trabalho assim, feliz com a minha decisão.





Hoje foi assim, das 10h - 13h , com uma ida  ao super mercado aqui da aldeia, pelo meio, comprar t-shirts a 1€ boas para eu trabalhar em casa, não se podem desperdiçar boas oportunidades, e das 14h-17h30. Depois foi hora de ir buscar os miúdos e surgiu a hipótese de parar na praia.

Uns de cuecas, outra com o fato de banho molhado que tinha levado à natação com a escolinha esta manhã, outra de fralda... uma única toalha, sem brinquedos ... mas com protector solar, e muita vontade de brincar.

O mar estava como se vê nas fotos, lindo, o calor, mesmo que já fossem 18h30, ainda era muito mas agradável, os pés enterrados na areia molhada, a olhar para eles e para o mar fez-me dar valor ao que tenho e ao que quero construir a partir daqui.

Quem às 18h30 estava numa fila de transito, tem que me desculpar por este post, mas eu não podia deixar de o escrever. a minha escolha foi esta e está cada vez a fazer mais sentido.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ideia parva muito boa!

Ás vezes temos ideias.

Ora a Mãe de Todos com isto das costuras andava ocupadita, ganhava uns troquitos (poucos), punha a imaginação a trabalhar, convivia com as vizinhas para acertar "agulhas" mas achou que era pouco.
Não, não sou muito ambiciosa, mas ainda assim achava que isto das costuras tinha mais potencial que não estava a ser aproveitado e vai daí, um dia sentada no sofá escrevi um e-mail. E para onde foi este e-mail? Pois, aí reside a loucura toda, foi para um programa de televisão, daqueles do horário da tarde que normalmente querem lá gente a choramingar ou grandes feitos para ter audiências.

Bem, eu choramingar até sei, mas não em publico para milhões verem ... como também ainda não dei nenhuma volta ao mundo de canoa, achei que às tantas as minhas costuras valiam o que valiam e davam um bom momento de televisão, e não é que a produção do programa também achou?

O espanto, o nervosismo (que já nem podia ouvir a apresentadora desse programa a falar que até tremia) durante uma semana, costurei, costurei em contra relógio para ter o que mostrar na televisão, ai jesus ... eu ia à televisão!

Fiz Mimalhos, fiz t-shirts, pedi Mimalhos emprestados (aqueles que já tinha oferecido a lindas meninas) enfim, preparei um saco de trabalhos, a nata da nata, o que iria ser o meu melhor cartaz publicitário, não podia levar qualquer trapinho para a televisão (ai jesus, outra vez a televisão!)
Depois fiz publicidade, sim muita publicidade, e não foi por vaidade de ir à televisão, nem foi por protagonismo vazio, mas sim por estratégia, ora se ia aparecer na televisão com os meus trabalhos, havia que aproveitar ao máximo os 15 minutos de fama que me iam conceder!
Foram panfletos nas mochilas dos meninos do Jardim de Infância da minha filha (sempre eram mais 25 famílias a ver), foi avisos para o lar de idosos onde está a avó Gina para não perderem, foram telefonemas, grandes banners no facebook (que para estas coisas funciona muito bem), conversas de café (passa a palavra e não percas o programa) e mais não foi porque não houve tempo!

Pronto, isto passou, foi uma semana de correria e depois veio a viagem, a mãe da Mãe de Todos também foi, mais nervosa que eu, claro está, afinal a "minha filha vai aparecer na televisão" é um acontecimento importante!

Pó de arroz, bâton, cabelo esticado e uma camisola nova, mal escolhida porque me fez parecer bem mais gorda... ou será mesmo o que dizem da televisão, que engorda 5kg?, e luzes e microfone, e estava na hora.

Nervosa, sorriso bloqueado, boca entreaberta (seria do bâton?) conversa calma, risota do publico, como tudo começou (vá lá que não fomos tão atrás, "então Ana diga lá a que horas nasceu?" ), mostra dos artigos e como são feitos, palmas, parabéns, boa sorte e até um dia...

Pontos negativos: não disse o nome da aldeia, a aldeia que me acolheu BUDENS  é a aldeia, e as vizinhas estão magoadas e com razão!

Pontos positivos : encomendas, muitas, elogios ao meu trabalho e esperança que devagar poderei ajudar a minha família a atravessar esta crise que por aí anda, trazida pela troika!

No dia em que enviei o e-mail ri-me, no dia em que me responderam fartei-me de rir, no dia do programa sorri, e agora de volta a casa e à máquina de costura sorriu todos os dias e agradeço por ter trabalho!



Se calhar foi uma ideia parva ... mas foi uma ideia parva muito boa!

Só falta dizer que foi na TVI - "A tarde é sua" com a apresentadora Fátima Lopes, e fomos muito bem tratadas!