quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Bastou 1 foto...

Sim, só tirei uma foto, sim, não é normal a Mãe de todos tirar apenas uma foto de um acontecimento, mas esta é uma foto que diz tudo e era escusado perder tempo a tirar mais...




Ontem quem olhou para dentro do carro da Mãe de todos  viu que é um carro de uma mãe de muitos filhos, são 4 cadeirinhas perfiladas, 1 carrinho de bebé meio encavalitado no que sobra de porta bagagens, 1 saco grande reutilizavel com mantas de um piquenique feito no domingo e uma mochila cheia de fraldas e toalhitas. Viu também que há garrafas de água por todo o lado, brinquedos, chaves de casa esquecidas no banco, 1 chapéu cor de rosa no tablier e coisas muito valiosas para aquelas crianças espalhadas pelo chão... brinquedos.

Quem olhou lá para dentro não viu um carro limpo, arrumado, não viu pastas de documentos, não viu máquinas fotográficas nem compudadores, não viu carteiras (para além da malinha cor de rosa da minha Teresa) e mesmo assim vendo que é um carro de uma familia, um carro de quem trabalha, de quem tem 4 filhos foi capaz de fazer este trabalho...

Abriram o porta luvas e deram de caras com o manual do carro e um baralho de UNO ah, e um jogo de lampadas...

Abriram o porta bagagens e acharam que a mochila devia estar cheia de coisas valiosas, trouxeram-na para o banco da frente e ali a deixaram, fechadinha , pois o que lá encontraram foi as ditas fraldas.

Não levaram nada, provavelmente não têm crianças a quem dariam os brinquedos, e deixaram o prejuizo, o prejuizo que para a Mãe de todos e para o pai Fura bolos significa mais de 2 ou 3 dias inteiros de trabalho.
Deixaram a tristeza de ver que este mundo está cada dia mais feio e que os nossos filhos estão a crescer nele, deixaram o meu Tiago excitado com a situação, num misto de emoções entre a história de ladrões como nos filmes e no pensamento que alguém mau tentou roubar o nosso carro!

E deixaram a Mãe de todos muito nervosa e preocupada...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Avós e netos

O que faz o neto em casa da avó? Varre-lhe o chão e limpa-lhe o pó!

Trabalho de menino é pouco, mas quem o perde é louco.






E foi assim que os encontrei hoje quando os fui buscar à avó! Não é novidade que água faz as delicias de qualquer criança e se ainda por cima estiverem a fazer um "trabalho" para a avó, melhor, sempre têm desculpa para se encharcarem todos!






Era para ser só as janelas mas eles entusiasmaram-se e passaram o pano no carro todo e ... nas paredes ... e até no chão. Ficou tudo bem lavadinho pelos 3 netinhos enquanto a Julieta assistia a isto ao colo da Mãe de todos e a espernear porque queria também um paninho...






Não há duvida que "Ser avó é ser mãe 2 vezes" e por conseguinte ter paciência a dobrar também, digo eu pelo que vejo...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Papelinho




Há coisas que são para recordar, há momentos tão deliciosos que não se devem perder.

Um a um o Tiago escreveu os meses do ano, todos, por ordem e com letra minúscula como manda o novo acordo ortográfico, no caderno dos TPCs, que saudades e que bom ainda serem assim chamados, ficaram todos alinhados e agora era preciso estudá-los.

Leu uma vez, e pedi que repetisse sozinho e sem ler.
- Espera mãe tenho que estudar. E afastou-se. Passados uns minutos chega e diz que está pronto, e eu e o amigo Carlos estávamos prontos para ouvir.
Começou de cabeça baixa e não foi preciso ir mais longe do que Fevereiro (sim com letra grande porque eu sou pré acordo) para nós percebermos que ele estáva a olhar para baixo para um papelinho muito pequenino que tinha feito com todos os meses, a tão velhinha cábula!

Rimos, deu-nos graça, e falámos logo que tinha que ficar guardada para mais tarde recordar, não me zanguei mas expliquei que não era a maneira correcta de estudar, de aprender, mas ele é pequeno e não percebeu que eu e o amigo Carlos estávamos a viajar no tempo e ficou sentido e com toda a força que encontrou, rasgou o papelinho.

Mas a Mãe de todos sabe que há coisas que não se podem perder...


Competências alargadas

Encaracolado, fraco, forte, farto, curto, comprido, liso, ralo, escuro, clarinho, são adjectivos que se aplicam aos cabelos dos miúdos. Temos várias combinações:

O forte, liso, curto e escuro do Tiago.




O escuro,farto, comprido e encaracolado da Teresa.




O liso, clarinho, curto e forte do João.




O ralo, comprido, escuro e fraco da Julieta.




E de vez em quando todos precisam de um bom corte.

Os nossos meninos nasceram todos com muito cabelo, no parto do Tiago foi o que primeiro se ouviu dizer "ai tanto cabelo" .
E será que a Mãe de todos teve azia durante as gravidezes? Sim e não, de uns sim de outros não, primeiro mito deitado por terra :
Azia na mãe é sinal de bebé com muito cabelo.

E será que cortar o cabelo ao bebé antes deste fazer 1 ano atrasa a fala? Talvez sim talvez não, difícil de provar porque 3 cortaram antes de 1 ano, uma cortou depois,  uns começaram a falar mais cedo que outros e  uma ainda não fala. Segundo mito se não deitado por terra pelo menos abalado ficou :
Cortar o cabelo antes de 1 ano atrasa a fala.

Cá em casa a regra é corta-se quando é preciso, seja antes ou depois do ano, seja lua cheia ou quarto não sei o quê, seja Verão ou Inverno, seja dia ou seja noite.

E corta quem calha, quando calha e onde calha e como calha...











Os resultados são vários, temos o escadeado, o escovinha, o acertado, o direito, o torto e o pedradas, tudo cortes de cabelo personalizados e adaptados a cada um deles mas mais ainda adaptados às mãos experientes da Mãe de todos e do pai Fura bolos.
Idas ao cabeleireiro e barbeiro também existem mas são raras, afinal uma mãe e um pai são profissionais com competências alargadas...

domingo, 18 de setembro de 2011

4 anos de Teresa


Enquanto espera pode sentar-se ali. Disse o sr que nos estava a vender uma máquina de lavar loiça quando reparou que eu mal conseguia estar de pé. Mas a minha resposta foi : o problema não é eu estar de pé mas as contrações que tenho e não sei se não tenho que ir daqui directa para o hospital.

Foi durante a tarde de 11 de setembro que decidimos ir comprar uma máquina nova porque e nossa tinha arrumado as luvas e deixado de lavar. As contrações começaram mas ainda com grandes e irregulares intervalos, sabíamos que podia ser a qualquer momento por isso não era de estranhar.

Nessa noite deixamos o Tiago na avó e fomos passear, elas vinham e iam e estavam a começar a acertar passo. Fomos até Lagos, aproveitámos para passear nas ruas, ver a agitação de quem está de férias. Sentámo-nos num bar o pai Fura bolos pediu uma cerveja e eu uma água.
Pague-se já.
Deixe estar paga no fim.
É melhor ficar já pago - insistiu o pai Fura bolos - nunca se sabe se não temos que sair de repente!

Olhando para o relógio vimos que as contrações estavam a abrandar e a espaçar mais.
Falso trabalho de parto, quando recomeçar já não volta a trás - palavras sábias e certeiras que a enf Ana me enviou por sms, e lá voltamos para casa à espera do recomeço.


Depois de jantar uma comida bem picante no restaurante chinês, beber café numa esplanada com a família, mais uma vez as contrações abrandaram e voltamos para casa. Deitei-me cansada enquanto o pai Fura bolos tratava do Tiago e o punha na cama mas mal o pequenote se tinha deitado e eu tinha pegado no sono e senti uma guinada, foi de repente, levantei-me, corri para a casa de banho e ri, ri muito porque as águas tinham rebentado e era a minha primeira vez, a minha segunda vez em trabalho de parto mas a minha primeira vez com águas rebentadas. Há sempre uma primeira vez para tudo.

Toca a levantar o Tiago e ir leva-lo aos avós e informar que desta era de vez, que sim, era verdade e que íamos para o hospital.
Houve tempo para as fotos de exterior, e de interior.





Deitada e ligada ao ctg  lá me deixaram na sala de partos, a mim, ao pai Fura bolos e à nossa menina que com tudo isto já devia estar cansada. Foram algumas horas, custaram a passar porque simplesmente nada acontecia. as contrações que eu tinha de 7 em 7 minutos quando dei entrada desapareceram e deram lugar a umas muito fracas e muito espaçadas. Definitivamente a posição deitada não é a melhor para o trabalho de parto.

Tive direito a um chá açucarado e apesar de não gostar de chá este soube-me como a melhor bebida do mundo, tal não era a minha fome e sede. O pai Fura bolos foi "obrigado" a ir tomar o pequeno almoço, por insistência da enfermeira que muito bem o avisou que tinha que estar bem para me poder ajudar.

Como é que se vai chamar a menina? perguntou uma enfermeira que queria ir já escrevendo o nome na pulseirinha. Não sabemos ainda, foi a nossa resposta pronta, e não sabíamos mesmo.
Já de manhã vieram por-me oxitocina no soro para acelerar e ao contrário do que me disseram, as contrações apareceram de repente e bem fortes e rapidamente eu estava a chamar as enfermeiras porque sentia que estava pronta. Demorei uma hora e pouco a passar de 3 dedos de dilatação para 8.



Como é que ela consegue.
Ai eu quando tiver filhos tem que ser com epidural.
Que coragem, eu não conseguia.
Isto era o que eu ia ouvindo das enfermeiras, todas mais novinhas que eu e sem filhos e por isso estavam muito impressionadas com o meu controlo no momento de expulsão.
Com a grande ajuda e encorajamento do pai Fura bolos, e as palavras da enfermeira Ana na minha cabeça fiz força às 11h35 ela nasceu. Grande, com tamanho para o nome que o Tiago tinha sugerido, mas que nós achávamos muito pesado, e no dia 13, assim a escolha foi fácil, olhamos para ela e chamamos-lhe Teresa Margarida.



Foram dois dias de trabalho de parto, entre o falso e o verdadeiro, mas não foram horas dolorosas, foram passadas em ambientes onde me sentia bem, onde queria estar, com quem queria estar, a fazer o que me apetecia, a preparar a chegada da nossa filha, a mana do Tiago.

Assim nasceu a Teresa e assim o Tiago se tornou no mano crescido.


1


2


 3



1, 2, 3, a Teresa este ano teve direito a 3 bolos. O primeiro feito pela Mãe de todos para ela levar para a escolinha. O segundo trazido cá a casa nesse mesmo dia por amigos para lancharmos. O terceiro feito também pela Mãe de todos para a festa que tivemos cá em casa hoje, a festa da minha bebé que já fez 4 anos e já está tão crescida.





sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Parabéns à Teresa


Não saltem no sofá!

Parem quietos um minuto!

Já mandei sentar e descansar um bocadinho!


PUM! - um som forte no chão seguido do choro do João, tinha caído do sofá!

Tiago e Teresa já para a cama e não quero ouvir nem mais um piu! Já viram que o mano caiu porque vocês não pararam quando nós avisámos!

Foi um susto, lá o levantei, falei com ele, estava branco do susto, a orelha a ficar roxa e na cabeça nada de galo. Tentei aplicar gelo na orelha enquanto falava com ele, uma história para ver se reconhecia as personagens, nada de vomitar, aparentemente era só o susto. Mas a choraminga continuava e nós pais sabemos reconhecer quando eles não estão bem.

Anda ao colinho João, e ele defendia-se e não queria, não queria que lhe tocássemos no braço esquerdo. Alto! Algo se passava, diferente das outras quedas, das outras muitas quedas. E lá foi a Mãe de todos a caminho do Hospital eram 23h30, coração apertadinho, dividido, o João não podia adormecer e a Julieta que ficava em casa não podia acordar para mamar! Mais uma vez contámos com o apoio da comadre Ana que foi comigo.



E o sorriso lindo de quem tem uma asa fracturada! As crianças são um espectáculo!


Espera, triagem, Noddy na parede, ida à médica e até aqui nem um choro. Depois veio o Rx, e a máquina era grande demais, ameaçadora para um bebé de 2 anos que apesar de ser muito grande não passa de um bebé de 2 anos. Aí chegaram as lágrimas, o abraço apertado à mãe, o agarrar para não largar, o encoste a cabeça dele aqui, testa para cima, queixo para baixo, isto tudo enquanto vemos o nosso menino a chorar de medo e a pedir ajuda com os olhinhos.
Só falta mais uma - disse a técnica - mas entretanto não lhe mexa muito no braço porque tem mesmo a clavícula fracturada. Foram palavras que marcaram, o meu menino tinha um osso partido, o primeiro osso partido da família cá de casa, devia estar cheio de dores e assustado com aquilo tudo.





Viemos do hospital com indicação de dormir, descansar e voltar lá no dia seguinte para ir directos à ortopedia, eram 2h30 da manhã, chegada a casa já a Julieta esperava no colinho do papá pela maminha da mamã! Foi deitar e levantar, o João mal dormiu com dores e eu mal dormi com preocupação.

Chegámos cedo de volta ao hospital e pensamos que ia ser rápido, a Mãe de todos quase a dormir e o João impaciente com a espera, foram 3 horas até o chamarem.

Foi incorrecto da parte da médica ter-vos mandado para casa -  disse a ortopedista, assim que entrámos, a Dra Rita que nós tinhamos conhecido noutra situação de hospital, eu com apendicite e ela acabada de ter uma filha!

E voltou a chorar, tinha que ser ligado, em cruzado, para imobilizar a clavícula. Apesar do cuidado da Dra  não resultou, já em casa os braços incharam, ele estava bem, brincava com os manos, ganhou uma "tatuagem" no braço afectado para todos saberem qual era, mas os braços continuavam inchados, muito inchados.


Solidariedade entre irmãos ... só para a foto, bem como os lenços porque o João não quis saber daquilo!
Dois dias passaram com ele assim e resolvemos ir ao hospital e dizer que ele não estava bem, e não estava, o Dr de serviço concordou connosco e tirou-lhe aquilo que o apertava tanto e fazia doer e mandou-nos comprar um colete altamente fashion e caro para imobilizar clavículas fracturadas!

Mais um equipamento especializado que adquirimos cá para casa a juntar ao aparelho de aerossol, faixa de grávida e faixa de pós-parto (destas já temos duas), do que me lembro agora.




E agora anda assim de pára quedas às costas até dia 4 de Outubro.
E será que serviu para eles perceberem que têm que ter mais cuidado, que têm que respeitar o que a Mãe de todos e o pai Fura bolos dizem, que se podem aleijar a sério, que o João se aleijou a sério... temos a esperança que sim ...
mas também sei que este não foi o primeiro nem o ultimo susto...

Parabéns à Teresa que fazia anos neste dia!! Domingo é a festa.

sábado, 10 de setembro de 2011

Tempo para descansar

Faz falta a qualquer família, ter tempo para descansar, para fazer nada, para andar ao ritmo do sol, sem horários, e a nossa família é igual a todas essas.

Conseguimos arranjar 5 dias para sair, para estar juntos, para passear, brincar, aproveitar cada sorriso deles, para dormir até querermos, ou eles deixarem, para acordar todos juntos, para comer ovos mexidos ao pequeno almoço, para jantar à luz de uma lanterna, e lá fomos nós.

Eram só 4 noites, 5 dias, nada de especial. 4 t-shirts a cada um , 4 calções, 2 sweats, 2 calças, 2 pares de sapatos, cuecas (para os que já usam) e meias, e se calhar 1 casaco para a noite e é capaz de estar tudo... ora isto não é nada, mas multiplicado por 4 miúdos e 2 adultos é uma data de roupa!!!


 
Uma tenda familiar com 2 quartos e 1 sala, 1 caravana para dar apoio,  2 bicicletas, 1 triciclo, 1 penico, 6 cadeiras, 1 mesa, 1 fogareiro, 1 geladeira,  2 carrinhos de bebé e parece que está tudo, se não quisermos mencionar as toalhas de praia, o chapéu de sol, o pára vento, os brinquedos ... ufa que ainda agora voltámos e já fico cansada só de me lembrar!

Sorte de termos a ajuda dos mais novos para montar.





Caras de felicidade que valem cada minuto que passamos a montar, desmontar, arrumar, carregar...









Ficamos no Caliço Camping e gostamos muito, é sossegado, tem muito espaço e boas condições. Obrigada ao Hugo pela visita guiada ao parque. No restaurante do parque comemos muito bem, fomos sempre muito bem atendidos e os miúdos foram muito mimados pela senhora do bar, obrigada pela paciência que teve com eles!



Não estivemos sozinhos, os nossos compadres também foram e para além de darem uma boa ajuda com os miúdos também são sempre uma óptima companhia. A comadre Ana fez anos, não interessa para aqui quantos, e foi motivo para festejar. Tarde, já fora de horas, com uma garrafinha de uma muito tradicional bebida algarvia, Medronho, um copinho improvisado, uns bolinhos também tradicionais lá conversamos e rimos enquanto os miúdos dormiam, sabem bem  estes momentos. Seja bem entendido que a Mãe de todos conversou e registou o momento, mas não provou o liquido da garrafa pois está a amamentar a Julieta e não parece que ela fosse apreciar!





Passeamos por Tavira e ainda assistimos a um bocadinho de um concerto nos Arraiais do Mundo




E encontrámos amigos que normalmente só vemos uma vez por ano, e este ano já os tínhamos visto!



"Mãe estas são as melhores férias de sempre!"  Dizia o Tiago umas quantas vezes por dia.
"Mãe estas são as piores férias de sempre!" Dizia o Tiago outras quantas vezes cada vez que se aleijava a valer, ora na bicicleta, ora com paus, ora com quedas ... "Só me acontece a mim..." lavado em lágrimas enquanto eu lhe arrancava um bocado de uma unha do pé que ficou pendurada depois de uma queda!
"A culpa não foi minha, foi da corrente que está seca e saltou e eu caí! e lá fez mais um raspão no peito.



Quedas e choros à parte, foram uns dias agradáveis, mesmo que por vezes com algum stress pois os miúdos têm dias... têm horas, e nós nem sempre temos a paciência que devíamos, mas foi bom.

Experiência a repetir, acampar com 4 filhos está testado e aprovado!