quinta-feira, 30 de março de 2017

Trabalhar a partir de casa ... ou da porta!

As vantagens de se trabalhar a partir de casa são muitas, quase tantas como desvantagens (sim porque está longe de ser fácil ... mas isso é coisa para outro post), mas das que mais destaco é a possibilidade de se trabalhar onde se estiver, seja casa ... ou à porta dela.

Ora se depois do café matinal, para começar bem o dia, chego à porta e a Rosita está a dormir ... o que faço?

a) Tirar o ovinho com ela lá dentro e rezar para que continue a dormir ...
b) Tirar a Rosita e ir mete-la na cama e rezar para que continue a dormir ...
c) Entrar em casa, ir buscar o computador (já agora colocar uma máquina de roupa a lavar), voltar para o carro e trabalhar enquanto a Rosita dorme ao som dos passarinhos e das teclas do meu pc (e nem é preciso rezar!) (bem dito wifi, casas térreas e uma carrinha espaçosa!)






terça-feira, 28 de março de 2017

Berbigão da calçada

Mesmo sendo domingo, estar a chover a potes e só apetecer ficar em casa,  gostamos de sair e beber um café, antes de enfiar o pijama de novo e então desfrutar do som da chuva na janela e dos filmes de desenhos animados na TV ao sabor das pipocas de micro-ondas.

Ir ali ao café e voltar, só beber um cafezinho e voltar, não é assim tão rápido quando se tem 6 filhos e está a chover, mas ainda assim pode valer bem a pena, isto porque a vida na aldeia é cheia de boas histórias.

Para bebermos o nosso café calmamente e darmos dois dedos de conversa, liguei o tablet na mesa ao lado onde consegui que os 5 se sentassem a ver bonecos, isto enquanto a Rosita se regalava num sono ao colo do pai Fura Bolos.

Lá fora a chuva caía, uma "ribeira" corria mesmo na porta do café e o escuro fazia antever um dia sisudo, só que não!

Nisto ouvem-se gargalhadas, comentários altos, idas à porta, mais risadas e conversas altas e divertidas! Na tal "ribeira" que corria à porta seguiam também uns berbigões. Berbigões na calçada??
Um moço entrou a vender berbigão, um conhecido comprou um saco deles e para não sujar o chão do café coloco-os junto à porta (mas do lado de dentro), lá fora a chuva fica mais forte, alguém vai à porta e fecha-a e o saco cai para a rua ... abre-se ... e nasce a nova espécie!!! O berbigão da calçada!! Espalhados na rua, levados pela "ribeira" que corre ali à porta, lá vão eles, e atrás deles o dono do saco! Qual pescaria sui generis, nunca vista por estas bandas!

Era um domingo normal, seria um domingo triste e cinzento, não fosse um domingo na aldeia, e nas aldeias tudo se pode transformar em conversa e gargalhadas!

E foi isto, só isto ? Sim, "só" isto e valeu bem a pena!! Cada gargalhada que demos fez valer bem a pena esta ida ao café- mesmo debaixo de chuva.




sexta-feira, 24 de março de 2017

Feliz da vida com 7kg a mais !

Ah pois é, nem sempre um aumento de quilos é um drama ou uma chatice.

Estou mesmo feliz da vida com estes 7 quilos a mais!!
Agora sim, temos uma máquina de lavar à medida da nossa família!

Depois do sonho e do drama ela chegou!
Com 12 kg de capacidade, programas para todos os gostos, poupança de energia, água e detergente, toca uns sons e uns plins plins no inicio e no fim, quase não se ouve e lava a roupa que é uma maravilha!



Agora só precisamos de mais uns metros de estendal no quintal, mais umas dezenas de molas e carta de condução de pesados!! Ah e já agora sol e vento, se não for pedir muito!

domingo, 19 de março de 2017

Vê lá não caias!

Viver na aldeia e andar em Lisboa ... é isto!

Estava  no metro sentada num banco com a Rosa bem aconchegada na mochila e aos meus pés o ovinho que me emprestaram para poder andar de carro caso necessário, quando entra um rapaz, quer dizer, entraram várias pessoas , mais pessoas, porque na cidade há sempre muitas pessoas!

Nos apertos normais, entra o tal rapaz, com os seus 20 anos, e sem dizer sequer um "com licença" tentou passar para um lugar apertado à minha frente. Pobre do rapaz, lendo-lhe a linguagem corporal, tentei abrir espaço mas ... o moço tropeça no ovinho, o metro acelera no mesmo momento e eu, qual instinto de mãe (sim, porque o miúdo com 20 ano podia ser meu filho!) agarro-lhe a mão e ... digo ;
"Vê lá não caias!" Isto a agarrar-lhe a mão!
Foram segundos, o metro abrandou, ele passou e sentou-se e a cara com que ficou! Eu só me dava vontade de rir por dentro, mas o que é verdade é que espero que um dia se um filho meu se desequilibrar no metro, haja uma "mãe" por perto que o agarre!

Isto cabe na vida da cidade? Não sei, mas na minha vida cabe!


terça-feira, 14 de março de 2017

Viajar, mesmo com uma bebé


Este será o primeiro de alguns posts sobre viagens longas de transportes públicos mesmo com bebés pequeninos.

A Rosita tem agora 7 meses e é uma bebé carregada, ou seja, uso porta bebés ergonómicos para a transportar sempre junto a mim e ter as mãos livres.

Nesta viagem usei um mei tai, um porta bebés muito prático e fácil de usar, um misto entre um pano e uma mochila. Não tem fivelas mas também não é tudo amarração. Eu gosto e acho-o muito simples e fácil de pôr e tirar.

A viagem de Lagos a Lisboa passa por comboio regional, uma mudança de comboio para o inter-cidades, metro e uns quarteirões a pé, tudo isto com uma mochila às costas e uma bebé no mei tai.

Não há escadas que me intimidem ou me façam ter que procurar um elevador, coisa que aconteceria com um carrinho de bebé. Não há ovinho a atrapalhar no corredor do comboio, não há carrinho a trepidar na calçada ou a encalhar nas portas do metro.

Sim, já fiz viagens com bebé e carrinho, noutros tempos, por exemplo uma ida à Holanda onde o carrinho se tornou um transtorno pois muitas estações de metro e comboio não tinham mesmo elevador ... e nem escadas rolantes... imaginem se estivesse sozinha?
Por ter passado por essas experiências, posso agora comparar na primeira pessoa as duas situações, e sem dúvida que ganha o bebé carregado!

Dormir no comboio é possível e seguro, assim!


Andar de metro e poder segurar-se sem problemas, é possível assim!



Trabalhar no computador é canja, assim!


Ficam a faltar umas fotos a comer e a passear, mas para a semana há mais!

domingo, 12 de março de 2017

Um drama doméstico!

Estamos a atravessar um drama domestico!

Ouviu-se um estrondo, uns barulhos fortes e de repente o silencio ...

Pois é, acho que foi mesmo o fim (tantas vezes anunciado) da nossa máquina de lavar roupa!

Isto não é um drama, dizem vocês? Acho que ninguém nos dias de hoje achará isso, em qualquer família, seja de 3 ou de 8 pessoas uma máquina de lavar roupa é artigo indispensável, mas claro na escala de dramatismo para uma família de 8 atingimos um valor mesmo elevado!

E agora? A nossa era uma velhinha e com muito mau aspecto máquina de lavar (já estava na casa quando compramos, e sabe-se lá há quanto tempo!), mas que durante quase 7 anos lavou a nossa roupa, cheia de manhas e truques, mas lavou! E agora?

Há 3 anos já eu sonhava com esta máquina mas continua fora do nosso orçamento doméstico para este tipo de equipamentos!

Alguém quer ajudar? Calma!! Não quero que me lavem a roupa (quer dizer lá no fundo no fundo, até queria, vá!) nem que me ofereçam a máquina, mas umas ajudas com dicas de melhor sitio para comprar uma máquina de 9 ou 10kg, melhor qualidade/preço ou as melhores promoções que há no momento vêm a calhar!

Até lá, as máquinas das avós vão ter que fazer serviço extra com a roupa desta pequena família!!

sábado, 4 de março de 2017

Regressar ao trabalho

Enquanto conduzia senti aquela sensação de vazio, de falta de qualquer coisa, pensei que afinal era cedo, aquela angústia da separação, da incerteza, do regresso "ao trabalho".

Hoje foi a primeira vez que tive que que deixar a Rosa por mais que uma hora e ainda por cima sem previsão de hora de regresso!

Deixei com ela o stock de leite que consegui fazer nos últimos dias, fraldas, roupa extra, sopa e até uma papa instantânea (que ela ainda nem exprimentou) e confiei que ia correr tudo bem.  A avó e a Teresa ficaram encarregues da missão de cuidar da Rosita, que até agora era minha companheira para todo o lado, 9 meses in e 7 meses out.

Não foi fácil, mas depressa entrei noutra sintonia, passei de mãe a doula (uma mãe para a mãe) e entreguei-me.

No regresso a casa, de volta à Rosita e aos outros 3 que tinha deixado na avó,  o que tinha sido uma manhã chuvosa era agora uma tarde luminosa e cheia de sol e eu em vez de apreensão tinha um sorriso e o coração cheio.

Acolher o milagre da vida é sem dúvida uma bênção e uma honra.

Foram só 6 horas,  mas o suficiente para mais uma vez na minha vida passar pela ansiedade que é regressar ao trabalho depois de ter um bebé.

Se também está nesta fase, fica aqui a dica para o meu workshop Amamentar e trabalhar, sim!

sexta-feira, 3 de março de 2017

As loucuras que se fazem por um filho!

Calma, não foi nada de muito dramático, mas bom ... entra de certeza na categoria de "loucura".

Faltavam 10 para as nove da noite e já estavam todos a dormir, um sono calmo mas que já sabíamos que ia ser interrompido às 23h. Foram para a cama sabendo isso, mas mesmo com essa informação lá adormeceram todos relativamente depressa.

Eu fiquei acordada, a preparar o que seria a viagem a Lisboa do pai Fura Bolos com o Tiago e o João.

Mochilas com roupa feitas, papelada importante pronta, lanche arrumado, bilhetes do expresso em lugar seguro.

Enquanto esperei pelas 23h entreti-me pela internet a imprimir um mapa do metro de Lisboa e a encontrar um mapa da cidade giro para o João levar com ele nesta viagem.
Eram 23h quando fui levantar o Tiago e o João porque tinham que se vestir com roupa quentinha para a viagem. Muito sonolentos e com alguma ajuda lá se vestiram. Estavam já prontos quando o pai chegou do trabalho e começamos então a parte mais louca, que foi pegar nos outros 4, a dormir e metê-los na carrinha. Cadeirinhas, cintos, tudo de pijama, descalços e bem tapados com um grande edredon.
Eram 23h50 quando chegamos a Lagos e ficamos na carrinha a conversar e a esperar pelo expresso que abalava à meia noite e meia. Foram 30 minutos para dar mimos ao Tiago, desejar-lhe muito boa sorte e passar-lhe a mensagem que o principal é aproveitar e divertir-se.

Abalaram ... e eu voltei para a casa, carrinha com 4 filhos, todos a dormir, e chegada a casa tive a tarefa, sozinha, de tira-los um a um e voltar a pô-los na cama.

Era 1 da manhã e já estava tudo em silêncio novamente ...

Loucura? Pois, estava uma noite fria, são muitos para pôr e tirar do carro, e dá dó quando são assim mexidos durante o sono, mas não é todos os dias (como me disse uma querida amiga) e o Tiago merece.

O que foram fazer a Lisboa? Passear!

Fizeram boa viagem e hoje a ideia é o pai e o João aproveitarem para ver a cidade, ou parte dela, de transportes públicos, ou seja uma espécie de visita de estudo só para o João enquanto o Tiago está a ter umas das experiências mais fortes da vida dele!

Boa sorte Tiago, bom passeio pai Fura Bolos e João!



quarta-feira, 1 de março de 2017

Camamoço e jásevê

Parece uma língua estrangeira, não?  Mas não é.

Camamoço e jásevê são duas especialidades culinárias desta família, sendo que são de gerações diferentes.

Quando eu era pequena lembro-me em certos dias perguntar à minha mãe o que ia ser o jantar e a resposta ser "já se vê" e o jásevê acabava por ser qualquer coisa do tipo torradas, leite ou o mais típico banana com queijo.  Desde esses tempos que para mim jásevê é sinónimo de banana com queijo.
Ainda hoje gosto de jásevê!

Agora cá por casa temos o camamoço que não é mais que a maneira do Zé dizer pequeno almoço, mas que para ele quer dizer cevada com leite e torradas. Apesar dele agora já dizer perfeitamente pequeno almoço, o camamoço já ganhou lugar à nossa mesa e muitas manhãs o pequeno almoço é mesmo camamoço.

São deliciosa estas heranças culinárias não acham?