domingo, 17 de dezembro de 2017

Não são as paredes que fazem uma escola

Não são as paredes que fazem uma escola!

Quantas escolas há no país e no mundo sem condições, com falta de salas, com falta de equipamentos, mas com pessoas que conseguem transformar essas condições (ou falta delas) em escola, em ensino e acima de tudo em entrega? 

Não tenho dúvidas que são as pessoas que transformam a escola em algo mais que apenas escola. Professores, auxiliares, pais, encarregados de educação, comunidade local, todos devem fazer parte da escola, todos devem ser chamados a participar na vida escolar das nossas crianças, só assim eles crescem a saber que "É preciso uma aldeia para criar uma criança"  e a saber que temos que viver em comunidade para sermos mais felizes. 

O Projeto Educativo do agrupamento de escolas de Vila do Bispo, contempla e bem este principio.  

INTERAÇÃO ESCOLA-COMUNIDADE 
promovendo 
"momentos de convívio entre TODA a comunidade educativa". 


Como mãe, de 3 meninos alunos do Centro Educativo multisserviços e comunitário de Budens fico triste em perceber que com condições extraordinárias que têm, estejam a perder em vontade humana. 
Os meninos deste estabelecimento de ensino têm muitas coisas novas, mas perderam muitas coisas também!

Perderam as festas, seja de fim de ano seja de Natal, e não é por falta de condições. 
O GRANDE salão de festas, com palco e tudo está lá, pronto a receber qualquer festa, e bem porque deve ser isso mesmo, para qualquer festa da comunidade, mas infelizmente deixou ser para os meninos que lá passam os dias. 

Aquele palco, todo equipado, deixou de receber meninos em teatrinhos bem ou mal ensaiados, mas sempre com tanta graça. Deixou de receber um coro desafinado de crianças mas de caras alegres e envergonhadas.  Deixou de acolher uma banda de ferrinhos, maracas e xilofones, onde cada um toca em sua nota, mas que juntos parece até música. Deixou de receber os muitos pais que até têm algum jeito e vontade para no meio de gargalhadas e cábulas apresentarem uma qualquer história infantil. Deixou de dar os parabéns aos meninos que saem para um novo nível de ensino e de lhes desejar boa sorte, entre sorrisos nervosos próprios de um fim de ciclo. 

Aquele salão, espaçoso, deixou de acolher os pais, avós e amigos dos meninos. Deixou de ser espaço de convívio entre todos. Deixou de receber os bolos e doces que todos faziam com carinho como partilha e agradecimento de mais um período de ensino terminado.

Concordo com passeios e visitas de estudo que de outra forma muitos meninos não teriam oportunidade de fazer, mas isso não substitui outras actividades.

Cada vez mais ouvimos falar em chamar os pais para a escola, em incluir em vez de excluir, mas assim não vamos lá, quando não se passa do portão fica mais difícil para todos.

2 comentários:

  1. Quando os próprios pais dessa escola são os únicos pais do agrupamento inteiro, que não se envolvem em questões importantes das crianças e não exigem a quem de direito que as situações devidas sejam corrigidas, mantendo-se sempre à margem de qualquer polémica, de qualquer melindre que possa causar, com receio de não sei o quê... também não me parece que possam esperar milagres!

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    1. É difícil responder pois não sei a quem me dirigir. Falar em anonimato é fácil, difícil é expor o que se sente. De qualquer modo da minha parte não me revejo no comentário, já que me farto de me envolver em tudo, seja para corrigir situações menos boas seja para elogiar o bom trabalho dos que me ajudam todos os dias com a educação dos meus filhos.

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