A recente polémica que causou o meu anúncio de venda de leitões levou-me a reflectir sobre o assunto , e cheguei à conclusão que os nossos avós eram uns bárbaros, pelo menos os meus eram com certeza a julgar pelas "atrocidades" que faziam e me ensinaram a fazer.
Ensinaram-me a tratar com respeito os outros seres vivos, sobretudo os que nos servem de alimento... ensinaram-me que também estes merecem uma vida digna e que a sua morte deve ser respeitosa e o menos dolorosa possível.
Sim, os meus avós ensinaram-me a matar galinhas, patos, coelhos, cabras, porcos etc... eram mesmo uns bárbaros, eles e os avós deles e todas as gerações que os antecederam e que tornaram possível estarmos aqui hoje!
Os nossos avós eram uns bárbaros ou então somos nós que nos estamos a tornar estúpidos e na nossa estupidez achamos que esta nossa falsa santidade nos torna puros.
É um CRIME matar nem que seja uma mosca mas já está bem se pagarmos a alguém para o fazer... sim, os frangos que compramos embalados nos supermercados (de preferência sem cabeça para não os olharmos nos olhos) já foram animais fofinhos e até tinham penas, sabiam?
E aquelas costeletas do cachaço suculentas que vêem em covetes de esferovite também já foram um ser vivo, mas sabe-se lá como morreu?!
Na nossa estupidez pagamos a outros para fazer o trabalho "sujo", achamos melhor criar "monstros" que têm que lidar com a morte diariamente para que nós sejamos puros (sem ofensa para os senhores dos matadouros). Basta pesquisar em qualquer motor de busca por "realidade nos matadouros" para perceber a que me refiro!
Só espero que estes "monstros" que estamos a criar, não tenham um dia aspiração a mudar de vida e comecem a ocupar cargos governamentais... ou será que isso já está a acontecer?!
Os meus avós eram uns bárbaros... e eu tenho tantas saudades deles!
Um agradecimento especial aos autores das críticas que originam esta reflexão.
Mais sobre criar animais para comer aqui.
Texto do Pai Fura Bolos
Podia ter sido escrito por mim, que fui criada numa quinta na Beira Baixa, onde aprendi a alimentar todos os animais que tínhamos desde cabras, ovelhas, porcos, patos, coelhos, galinhas e peru para o Natal. Aprendi a alimentar, criar e claro a matar e arranjar e não me considero menos boa pessoa, muito menos menos humana do que os falsos protectores dos animais que agora pululam pelas redes sociais. Já estou fartinha da conversa do animal ser igual ás pessoas, não são lamento mas não são, os homens também não são iguais ás mulheres basta despir para ver, enfim esta cena das igualdades da me azia, e pior tenho 5 filhos e ensino-os da mesma forma até porque vivo paredes meias com uma quinta cheia de animais que como é claro acabam no tacho, com dignidade e com todas as condições, mas é mesmo esse o papel deles.
ResponderEliminarBeijinhos familia maravilha