Chegaram à procura de um sitio seguro onde fazer o ninho, e encontraram a nossa porta. De longe o sitio mais sossegado, porque com 6 crianças a entrar e a sair o que não falta é movimento e barulho, mas ainda assim sentiram-se acolhidas e protegidas na nossa porta.
Não demorou muito a ouvir piar e conseguirmos ver 4 cabecinhas depenadas a espreitar. Uma penugem ralinha cobria aquelas cabecinhas e de cada vez que a mãe ou o pai se aproximavam do ninho todas espreitavam e piavam de bicos bem abertos. Foi assim durante bastantes dias, e foram crescendo.
Até que um dia, uma sai do ninho e voa, voos curtos, que acabam no chão, saltinhos, mais um voo, descanso, a mãe que pia o pai que faz um voo rasante a piar, assim se ensinam os filhotes a voar. Qual pai ou mãe como nós que dá a mão a um filho para o ajudar com os primeiros passos.
A cada manhã que passava tínhamos mais um motivo para demorarmos a nossa saída de casa.
O Zé ajudou uma andorinha a levantar voo do chão, viu a mãe chegar e piar, sabia qual era a "nossa" andorinha.
Outra manhã e mais uma que sai do ninho, e outra e outra. Incrível como estes pais de 4 conseguiram ter tempo e dar tempo a cada um dos filhos, individualmente para aprender a voar, ganhar segurança, e só depois ensinar o próximo.
O Pai Fura Bolos ainda teve que colocar um dos bebés no ninho uma vez, eu cada vez que estacionava o carro fazia-o com cuidado a olhar para o chão não fosse estar alguma das bebés caída ou a descansar, os miúdos olhavam para o ninho várias vezes ao dia e tentavam identificar no ar os que eram bebés ou os pais. Que bom que foi ter esta família aqui.
Agora já todos voam e bem alto. Já não passam os dias em idas e vindas ao ninho, há menos pios à nossa porta, mas nós ainda olhamos o ninho a cada saída de casa.
Dei por mim a dizer ao pai Fura Bolos "tenho pena que já tenham voado, será isto que vamos sentir quando ficarmos sozinhos em casa?"
Sempre tenho ouvido falar no síndrome do ninho vazio ... agora este dizer ganhou uma imagem.
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